Oração a Deusa
Senhora de minha vida: Guia-me com sabedoria,
Faça com que eu compreenda o que não tem explicação
Conforta-me em teus seios quando for preciso
Daí-me luz para clarear a mente dos que não entendem
Encha-me de coragem para enfrentar o preconceito de cabeça erguida
Purifiqua-me para que eu possa louvar-te como mereces
Ajuda-me a ver com teus olhos de justiça para que eu nunca acuse em vão
E peço-te que me mostre o caminho da tua verdade para que eu não me perca nunca de ti!
ABENÇOADA SEJA
Hino a Isis
Porque eu sou a primeira e a última
Eu sou a venerada e a
desprezada Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu
sou a mãe e a filha
Eu sou os braços de minha mãe
Eu sou a estéril, e os
meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que
dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a esposa e o esposo
E foi o meu
homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã de meu marido
E ele é o meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a
escandalosa e a magnífica
Séc III ou IV, descoberto em Nag Hammadi
Uma deusa mãe (ou deusa-mãe) é uma deusa, amiúde representada como a Mãe Terra; é representada como deidade de fertilidade geralmente sendo a generosa personificação da Terra. Como tal, nem todas as deusas podem considerar-se manifestações da deusa mãe.
Esta deusa é representada nas tradições ocidentais de muitas formas, das imagens talhadas em pedra de Cibele a Dione, deusa invocada em Dodona, junto com Zeus, até finais da época clássica. Entre os hinos homéricos (séculos VII-VI a.C.) há uma dedicação à deusa mãe chamado «Hino a Gea, Mãe de Todo». Os sumérios escreveram muitos poemas eróticos sobre a deusa mãe Ninhursaga.[1]
Índice
[mostrar]
* 1 Controvérsia
* 2 Figuras paleolíticas
* 3 Exemplos de deusas mães
o 3.1 Deusas sumérias, mesopotâmicas e gregas
o 3.2 Deusas celtas
o 3.3 Deusas nórdicas
o 3.4 Deusas gregas
o 3.5 Deusas romanas
o 3.6 Deusas mães túrquicas siberianas
* 4 Conceitos de deusas mãe no hinduísmo
* 5 Conceito de Deusa Mãe no Paganismo
* 6 Referências
* 7 Ver também
* 8 Bibliografia
* 9 Ligações externas
[editar] Controvérsia
As deidades que encaixam na moderna concepção de «deusas mães» tem sido claramente adoradas em muitas sociedades até a atualidade. James Frazer (autor de A rama dourada) e aqueles a quem influenciou (como Robert Graves e Marija Gimbutas) avançaram a teoria de que todo o culto na Europa e Egeu que incluiu qualquer tipo de deusa mãe tinha sua origem nos matriarcados neolíticos pré-indoeuropeus, e que suas diferentes deusas eram equivalentes.
Ainda que o «tipo» tenha tido boa aceitação como categoria útil para a mitografia, a idéia de que na antiguidade se cria que todas estas deusas eram intercambiáveis não tem sido continuada pelos investigadores modernos, notavelmente por Peter Ucko.[2]
[editar] Figuras paleolíticas
Encontraram-se diversas figuras pequenas e, muitas vezes, corpulentas, no decurso de escavações arqueológicas do Paleolítico Superior, sendo talvez a mais famosa a Vênus de Willendorf. Muitos arqueólogos crêem representava deusas, ainda que outros crêem que podem ter servido para algum outro fim. Estas figuras são anteriores em vários milhares de anos aos registros disponíveis de deusas detalhadas a seguir como exemplos, pelo que ainda parecem pertencer ao mesmo tipo genérico, não está claro se de fato eram representações de uma deusa ou se houve alguma continuidade religiosa que as relacionasse com as deidades do Oriente Médio e da Antiguidade Clássica.
[editar] Exemplos de deusas mães
Gravura neolítica de Deusa mãe (representada com quatro seios) num dólmen
Não há disputas sobre fato de muitas culturas antigas adorarem deidades femininas como parte de seus panteões que encaixam com a concepção moderna de «deusa mãe». As seguintes são exemplos:
[editar] Deusas sumérias, mesopotâmicas e gregas
Tiamat na mitologia suméria, Ishtar (Inanna) e Ninsuna na caldeia, Asherah em Canaã, Astarté na Síria e Afrodite na Grécia, por exemplo.
[editar] Deusas celtas
A deusa irlandesa Anann, às vezes conhecida como Dana, tem um impacto como deusa mãe, a julgar pelo Dá Chích Anann cerca de Killarney (Condado de Kerry). A literatura irlandesa nomeia a última e mais favorecida geração de deuses como ‘o povo de Danu’ (Tuatha de Dannan), Ceridween.
[editar] Deusas nórdicas
Entre os povos germânicos provavelmente foi adorada uma deusa na religião da Idade de Bronze Nórdica, chamada por Jörð que mais tarde foi conhecida como Nerthus na mitologia germânica, e que possivelmente seu o culto persistiu no culto a Freya da mitologia nórdica. Sua equivalente na Escandinávia era a deusa aclamada por "natureza" Jörð e o deus dos mares e da fertilidade Njörðr. Jord possui diversos aspectos parecidos com as outras Deusas, como por exemplo seu nome no Islandês que é Gyðia e quer dizer "Deusa".
[editar] Deusas gregas
Nas culturas do Egeu, Anatólia e no antigo Oriente Próximo, uma deusa mãe foi venerada com as formas de Cibeles (adorada em Roma como Magna Mater, a ‘Grande Mãe’), de Gea e de Rea.
As deusas olímpicas da Grecia clássica tinham muitos personagens com atributos de deusa mãe, incluindo Hera e Deméter.[3] A deusa minoica representada em sellos outros restos, a quem os gregos chamavam Potnia Theron, ‘Senhora das Betas’, muitos de cujos atributos foram logo absorvidos também por Artemisa, parece haver sido un tipo de deusa mãe, pois em algumas representações amamenta os animais que sostienen. A arcaica deusa local adorada em Éfeso, cuja estátua de culto era adornada com colares e fajas dos que colocavam protuberâncias redondas,[4] mais tarde identificada pelos gregos como Artemisa, foi provavelmente também uma deusa mãe.
A festa de Anna Perenna dos gregos e romanos no Ano Novo, sobre o 15 de março, cerca do equinócio do inverno, pode haver sido una festa da deusa mãe. Dado que o Sol era considerado fonte de vida e alimento, esta festa também se assemelhavam com a deusa mãe.
[editar] Deusas romanas
A equivalente de Afrodite na mitologia romana, Vênus, foi finalmente adotada como figura de deusa mãe. Era considerada a mãe do povo romano, por ser a de seu ancestral, Eneas, e antepassado de todos os subsequentes governantes romanos. Na época de Júlio César se apodava Vênus Genetrix (‘mãe Venus’).
Magna Dea é a expressão latina para ‘Grande Deusa’, e pode aludir a qualquer deusa principal adorada durante a República ou Império romanos. O título Magna Dea podia aplicar-se a uma deusa a origem de um panteão, como Juno ou Minerva, ou a uma deusa adorada monoteisticamente.
[editar] Deusas mães túrquicas siberianas
Umai, também conhecida como Ymai o Mai, é a deusa mãe dos turcos siberianos. Se representa com sessenta tranças douradas, que parecem raios de sol. Se crêem que uma vez foi idêntica a Ot dos mongóis.
[editar] Conceitos de deusas mãe no hinduísmo
A deusa Durga é considerada como a deusa mãe suprema por alguns hindus.
No contexto hinduista, o culto a a deusa mãe pode seguir se até as origens da cultura védica, e talvez mais além. O Rig Veda chama o poder divino feminino Mahimata,[5] um termo que significa literalmente ‘mãe terra’. Em alguns lugares, a literatura védica alude a ela como Viraj, a mãe universal, como Aditi, a mãe dos deuses, e como Ambhrini, a nascida do Oceano Primordial. Durga representa o poder e a natureza protetora da maternidade. Uma encarnação de Durga é Kali, que nasceu de sua frente durante a guerra (como meio para derrotar o inimigo de Durga, Mahishasura). Durga e suas encarnações são especialmente adoradas em Bengala.
Atualmente, Devi é considerada em múltiplas formas, todas representando a força criativa do mundo, como Maya e prakriti, a força que galvaniza a raíz divina da existência em autoproteção como o cosmos. Não é, pois, meramente a terra, inclusive apesar de esta perspectiva seja coberta por Párvati (a encarnação previa de Durga). Todas as diversas entidades femininas hinduístas são consideradas como muitas facetas da mesma divinidade feminina.
[editar] Conceito de Deusa Mãe no Paganismo
As religiões pagãs são, no ocidente, aquelas que mais focalizam os cultos em uma Deusa Mãe.
Na religião Wicca acredita-se em uma força superior, a Grande Divindade, de onde tudo veio. Essa força superior é adorada sob a forma de duas divindades básicas: A Grande mãe e O Grande Pai. Esse Casal Divino representa todos os demais deuses das diversas mitologias adotadas pelos wiccanos. Como algumas tradições wiccanas seguem uma infinidade de Deusas e Deuses, a crença pagã é que todas essas deusas e todos esses deuses são aspectos diferentes dA Grande Deusa e dO Grande Deus. Daí o ditado da Wicca que diz que "Todas as deusas são uma Deusa e todos os deuses são um Deus”. A Deusa Mãe é a geratriz de Todo o Universo e de tudo o que ele contém, daí a frase: "Tudo vem dA Deusa e tudo para ela retorna".
Uma conseqüência do culto à Deusa Mãe na Wicca é a super-valorização da natureza, justificada pela sua ligação à Terra, na forma de Gaia. Além da Terra, outro símbolo muito importante dA Deusa é a Lua, onde se manifesta de três maneiras, na forma de Deusa Tríplice, sendo a Lua Cheia associada ao seu aspecto de Deusa Mãe.
Uma questão que muitas vezes se levanta na Wicca é se A Deusa é mais importante do que O Deus. O que se pode dizer é que é uma discussão inócua. A Deusa e O Deus são de igual importância na Wicca. As duas divindades básicas da Wicca são complementares. Não há hierarquia entre elas.
[editar] Referências
1. ↑ Sex and eroticism in Mesopotamian literature. , 1994. ISBN 9780585448732
2. ↑ Some Critiques of the Feminist/New Age "Goddess" Claims, por Robert Sheaffer.
3. ↑ «As deusas do politeísmo grego, tão diferentes e complementares, são ainda assim consistentemente similares numa etapa inicial, com uma outra simplesmente convertendo-se em dominante em um santuário ou cidade. Cada uma é a Grande Deusa presidindo sobre uma sociedade masculina, cada uma é representada em seu aspecto de Senhora das Bestas Senhora dos Sacrifícios, incluindo Hera e Deméter.» Homo necans; interpretationen altgriechischer Opferriten und Mythen. 1983:79 y sig. p. ISBN 9783110038750
4. ↑ A descrição destes como mamas múltiplas ou testículos de touro parece estar equivocada: véase Templo de Artemisa em Éfeso.
5. ↑ Rig Veda 1.164.33.
[editar] Ver também
* Sociedade matriarcal
* Frígia
[editar] Bibliografia
* Neumann, Erich. (1991). The Great Mother. Bollingen; Repr/7th edition. Princeton University Press, Princeton, NJ. ISBN 0-691-01780-8.
* J.F. del Giorgio. The Oldest Europeans. A.J. Place (2006). ISBN 980-6898-00-1
* Goldin, Paul R. (2002) "On the Meaning of the Name Xi wangmu, Spirit-Mother of the West." Paul R. Goldin. Journal of the American Oriental Society, Vol. 122, No. 1/January-March 2002, pp. 83-85.
* Knauer, Elfried R.(2006)"The Queen Mother of the West: A Study of the Influence of Western Prototypes on the Iconography of the Taoist Deity." In: Contact and Exchange in the Ancient World. Ed. Victor H. Mair. University of Hawai'i Press. Pp. 62-115. ISBN-13: ISBN 978-0-8248-2884-4; ISBN-10: ISBN 0-8248-2884-4
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